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Posicionar a indústria africana de petróleo e gás na vanguarda do crescimento global da energia
Um painel de discussão realizado na Semana Africana da Energia 2021 investigou o futuro do petróleo e do gás em África, tendo como tema de debate a discussão de alternativas para que o continente se mantenha competitivo
Os recursos africanos terão um papel importante no futuro energético global
Uma vez que muitos países africanos procuram o desenvolvimento acelerado de hidrocarbonetos na esteira de descobertas recentes consideráveis, um painel de discussão na Semana Africana da Energia (SAE) 2021 forneceu uma visão acerca de como pode o continente permanecer competitivo nos mercados globais; quais as alterações legislativas que poderiam aumentar o interesse internacional nos mercados africanos; e qual o papel do setor downstream em África.
Moderado pelo jornalista internacional Ikaba Koyi, o painel contou com a presença do Dr. Omar Farouk Ibrahim, secretário-geral da Organização dos Produtores de Petróleo Africanos (APPO); Irene Etiobhio, analista sénior da indústria do petróleo para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP); Jens Thomassen, sócio da AP Moller Capital, do Reino Unido; Anibor Kragha, secretário executivo da Associação Africana de Refinadores e Distribuidores (ARDA); e Alcides Andrade, diretor de planeamento estratégico da Associação Nacional de Petróleo e Gás (ANPG). Os participantes do painel forneceram uma perspetiva interessante acerca da competitividade do petróleo e gás em África em comparação com os avanços que se registam no cenário global da energia.
«Nos últimos 100 anos, desde que África começou a produzir petróleo, temos dependido fortemente de tecnologia, experiência e financiamento estrangeiros. Alguns países fizeram progressos no que respeita ao conteúdo local e à capacidade de encontrar, produzir e processar petróleo. Temos dependido tremendamente da experiência estrangeira. Com a imposição da transição energética ao mundo, tem-se tornado cada vez mais importante que os africanos sejam capazes de controlar esta indústria. Temos obrigatoriamente de ser capazes de dominar a tecnologia para que exploremos, produzamos e processemos», afirmou o Dr. Ibrahim.
Além disso, com muitos países africanos à procura de uma reforma legislativa que permita melhorar as atividades setoriais e impulsionar o investimento no setor do petróleo e gás, os conferencistas enfatizaram as várias histórias de sucesso de alterações regulamentares em África, propondo também novas ideias para aumentar o investimento no continente.
«As nossas atenções deveriam centrar-se nas novas oportunidades e na redução dos custos, para que possamos não só manter os fluxos de investimentos, mas também criar as condições para que as nossas indústrias possam produzir mais. Precisamos de ser competitivos no mercado global uma vez que a indústria petrolífera é uma indústria global. Precisamos de ser competitivos no mercado global, uma vez que a indústria do petróleo é uma indústria global. Nestes tempos conturbados, precisamos de mais clareza entre as diferentes entidades do setor. Implementámos reformas para tornar claro quais os nossos planos no respeitante a atividades de licenciamento e prospeção. As estruturas legislativas precisam de ter regulamentos claros para que as partes interessadas saibam o que esperar. Se quisermos medir o sucesso do que temos feito a partir das reformas implementadas nos últimos anos, podemos dizer que estamos a caminhar na direção certa. Temos visto algumas das reformas que implementámos a desenvolverem-se, tendo novos projetos iniciado atividade. Em termos de aferição do sucesso, estamos a ter bons resultados», afirmou Andrade.
“Para que o setor do petróleo e gás africano seja competitivo, é necessária uma mudança estrutural na forma como a energia é produzida no continente. O continente precisa de começar a procurar soluções e oportunidades dentro do setor energético para que possa competir na transição que se realizará no longo prazo», afirmou Etiobhio.
«São necessários quadros regulamentares claros que rejam a indústria. A Nigéria, por exemplo, acaba de assinar a Lei da Indústria do Petróleo. Temos finalmente clareza sobre o investimento e sobre as atividades comerciais de upstream e midstream», afirmou Kragha.
«É ótimo haver legislação que atraia investimentos. Mas aprendemos que o capital está a secar rapidamente no que concerne o petróleo e gás. Precisamos de perceber onde está hoje o mercado. Precisamos de ver onde é usada a receita e como é direcionada para a indústria. Como podemos continuar a ser atrativos num mercado que vê a palavra “petróleo” como um palavrão? Temos de nos concentrar na colaboração e na inovação incremental», afirmou Omoboriowo II.
Por fim, Koyi direcionou a conversa para o futuro da indústria do petróleo e gás em África e para os pontos de vista dos participantes do painel acerca de África.
«África tem um futuro brilhante. Os recursos africanos terão um papel importante no futuro energético global. O desafio é atrair capital. A pobreza energética no continente continua a ser uma questão urgente. A maneira como estamos a tentar resolver isso é através da atração de empregos, capital e formação. Com isso, estamos a verificar um efeito físico no continente», afirmou Thomassen.
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