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Integração Regional à frente do Sucesso Energético de Moçambique (Por Charnè Hundermark)

Ao priorizar a cooperação transnacional, Moçambique pode alcançar objetivos mútuos de eletrificação em massa e segurança energética de longo prazo

Através do estabelecimento da Southern Africa Power Pool, Moçambique conseguiu monetizar de forma efetiva seus recursos hidrelétricos devido às demandas comprovadas

MAPUTO, Moçambique, 5 de março 2021/APO Group/ --

Por Charnè Hundermark

Como um dos mais ricos países em recursos da África Subsaariana, Moçambique tem o potencial para não somente aprimorar seu próprio status socioeconômico de forma significativa, mas também impulsionar o crescimento econômico em toda a região. De acordo com o Grupo Banco Mundial, a integração regional ajuda países a superar divisões que impedem o fluxo de bens, serviços, capital, pessoas e ideias. À medida que projetos energéticos de grande escala estão previstos para funcionar em Moçambique até 2023, o país tem observado compromisso político renovado com o objetivo de estabelecer integração sustentável regional com governos vizinhos e operadores privados. Ao priorizar a cooperação transnacional ao longo de sua cadeia energética de valor, Moçambique está bem posicionado para alcançar objetivos mútuos, incluindo eletrificação em massa, estabelecimento de segurança energética e acesso a um mercado mais amplo.

Energia Hidroelétrica Estimula a Eletrificação Regional

Moçambique é um dos maiores exportadores de energia da África Austral, em grande parte devido aos seus significativos recursos hidroelétricos e potencial crescente em gas-to-power. A Represa Hidroelétrica Cahora Bassa com capacidade de 2,075 MW em Moçambique é a maior instalação de energia hidroelétrica da África Austral e possibilitou ao país se tornar um grande exportador regional de energia. Com somente 500 MW destinados ao uso doméstico, Moçambique envia o excesso de eletricidade para os vizinhos África do Sul, Zimbábue e Botsuana. Através do estabelecimento da Southern Africa Power Pool (Associação de Energia da África Austral) - assim como acordos de cooperação com Zimbábue e África do Sul - Moçambique conseguiu monetizar de forma efetiva seus recursos hidrelétricos devido às demandas comprovadas. E mais, esta forma de integração regional possibilitou que países na região com déficit de eletricidade aumentassem suas taxas de acesso à eletricidade e reduzissem seus custos para suas respectivas populações em crescimento.

Integração Aumenta a Acessibilidade ao Mercado

O Grupo Banco Mundial postulou que a fragmentação dentro da África Subsaariana leva a criação de mercados domésticos pequenos, isolados, caracterizados por altos custos de produção e baixos investimentos. Ao encabeçar integração regional, países ricos em recursos como Moçambique podem se conectar a mercados em crescimento dentro da região, incluindo Tanzânia, Zâmbia, Uganda, África do Sul, Ruanda e Angola. À medida que um número crescente de países africanos redirecionam seus focos para fontes de energia mais limpas, como gás natural, a integração regional pode garantir que as grandes reservas de Moçambique possam ser monetizadas de forma efetiva. Ao priorizar conectividade infraestrutural, Moçambique pode estabelecer uma conexão direta para viabilizar mercados de Gás Liquefeito Natural (GLN) para exportação. Além disso, a integração regional pode diminuir o custo de levar o gás de Moçambique para o mercado. Ao integrar infraestrutura e associar recursos, países podem unir abastecimento, ganhar acesso direto a mercados regionais e utilizar infraestrutura atual e futura, em troca reduzindo significativamente os custos de projetos para todas as partes envolvidas.

Moçambique Impulsiona o Crescimento Regional

De acordo com o Conselho Mundial de Energia, segurança para o fornecimento continua como um dos principais impulsionadores para o desenvolvimento de interconexões entre países. Ao enfrentar desafios como falta de infraestrutura crítica, esgotamento dos recursos nacionais e a necessidade de diversificar o fornecimento de energia, países como Zimbábue e África do Sul estão se virando para Moçambique como uma solução viável para o fornecimento de energia. Ao potencializar estas conexões, Moçambique pode assegurar sucesso energético, obter rendas vitais em moeda estrangeira e estabelecer fortes relações bilaterais, e no processo estimulando crescimento econômico regional de longo prazo. Além disso, o Conselho Mundial de Energia observa que a oferta de energia acessível, moderna para países em desenvolvimento com o objetivo de responder a demandas crescentes, terá um efeito dominó na produtividade e crescimento macroeconômico.

 Para investidores internacionais, a integração regional entre países em desenvolvimento pode promover um clima de investimentos mais atrativo como resultado dos recursos compartilhados, e assim, maior segurança e risco atenuado. De fato, a integração regional pode resultar em um maior influxo de capital para projetos se comparado com projetos individuais domésticos. Isto é evidenciado por projetos como o Projeto Gasoduto African Renaissance - um gasoduto para gás natural de 2.600km de extensão conectando o gás natural de Moçambique para a crescente demanda da África do Sul - e o Projeto de Gás Natural Temane -  um projeto gas-to-power colaborativo entre o Governo Moçambicano e a empresa química e de energia sul-africana Sasol. Ao atrair oportunidades para integração, Moçambique pode liderar o crescimento setorial e se estabelecer como um player tanto regional como global.

Mesmo assim, desafios significantes devem ser abordados para que Moçambique atinja o total escopo para o crescimento e sucesso de sua indústria. A falta de políticas e regulamentações complementares adequadas pode trazer resultados ineficazes e inibir a cooperação produtiva. Além disso, o Grupo Banco Mundial sugere que países possam ter prioridades variáveis para integração regional, dependendo de suas lacunas de conectividade, geografia econômica ou preferência pela soberania em áreas específicas. Ao abordar estes pontos, Moçambique estará melhor equipado para monetizar seus recursos de gás natural, no qual a integração regional pode assegurar o maior sucesso possível.

Africa Oil & Power está trabalhando com o governo Moçambicano para promover investimentos em energia e diversos setores, incluindo agricultura, indústria, turismo, construção e logística em 2021. Visite www.MzGasAndPower.com para mais detalhes.

Nos dias 8-9 de Março, a AOP realizará a cerimônia de Premiação Presidencial (apenas para convidados) e Workshop Day em Maputo, antecedendo a conferência e exposição Mozambique Gas & Power 2021 que acontecerá posteriormente em 2021. O evento é online. Se sua organização gostaria de organizar um workshop, por favor envie um email para sales@africaoilandpower.com. Para se registrar e participar gratuitamente, visite: https://bit.ly/3kNaqBY

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