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Angola Oil & Gas (AOG) 2022 Destaque a Relevância do Setor das Energias Renováveis em Ascensão em Angola

O AOG 2022 acolheu uma Mesa Redonda sobre Energias Renováveis e Hidrogénio onde se destacou o surgimento de Angola como líder regional no avanço da transição energética

Podemos ver que temos já energias renováveis a competir com outras formas de energia em Angola, mas é preciso notar que energia está também a competir com outros mercados angolanos

LUANDA, Angola, 30 de november 2022/APO Group/ --

Comprometido a desenvolver o crescente setor das energias renováveis do país por via do aproveitamento os seus vastos recursos solares e eólicos inexplorados, e com a energia hidroelétrica já a representar quase dois terços da produção doméstica de energia, o Governo Angolano estabeleceu o objetivo de assegurar que as energias renováveis compreendam 70% da matriz energética de Angola até 2025.

A sessão foi iniciada com uma breve apresentação de John Humphrey, Comissário Comercial de Sua Majestade para África, Reino Unido, que declarou: “Com o vasto potencial de Angola em termos de energias hidráulica, solar e eólica, vemos oportunidades significativas para as empresas apoiarem a continuidade do desenvolvimento humano e a diversificação energética do país. Angola encontra-se atualmente numa forte posição em matéria de transição energética em África.”

Moderado por Malin Anderberg, Responsável de Energias Renováveis do PNUD, o evento paralelo Mesa Redonda “Energias Renováveis e Hidrogénio”, realizado durante a Conferência e Exposição Angola Oil & Gas (AOG) 2022 em Luanda, explorou os esforços de Angola para acelerar o acompanhamento da sua transição energética e o potencial do setor das energias renováveis para criar novas fontes de emprego, parcerias público-privadas e indústrias progressivas. A Mesa Redonda contou com a participação de Vita Mateso, Coordenadora para os Biocombustíveis, Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis de Angola (ANPG); Eden Clayton, Diretor Nacional do Departamento de Comércio Internacional Angola-Reino Unido; Paulo Guedes, Diretor de Energias Renováveis, Sonangol; e Dr. Nuno Gomes, Vice-Presidente da Associação Angolana de Energias Renováveis (ASEAR).

“Sempre que falamos da transição energética de Angola de uma forma genérica, talvez se deva observar que o Governo poderia participar mais livremente na cooperação e na contribuição para a diversificação da variedade energética do país”, afirmou Vita Mateso, Coordenadora de Biocombustíveis da ANPG, acrescentando: “O país deveria concentrar-se tanto no seu potencial de combustíveis fósseis como no de energias renováveis. Podemos ver claramente os esforços que estão a ser feitos no sentido de aproveitar as nossas energias renováveis. Detemos o potencial em termos de energia solar e eólica e estamos a assistir à realização de estudos de viabilidade em toda na região sul do país.”

Com potencial de acrescentar até 55 GW de nova capacidade de geração e reforçar a rede de abastecimento para as zonas rurais e urbanas, o Governo Angolano implementou uma série de parcerias público-privadas para permitir o financiamento de projetos, ao mesmo tempo que abriu o mercado à participação do setor privado.

“Angola tem o potencial para ser decisiva na transição energética global”, afirmou Eden Clayton, Diretor Nacional do Departamento de Comércio Internacional Angola-Reino Unido, salientando que “Podemos ver que temos já energias renováveis a competir com outras formas de energia em Angola, mas é preciso notar que a energia está também a competir com outros mercados angolanos. Por conseguinte, precisamos de assegurar acordos comerciais de energia que sejam efetivamente viáveis.”

Proporcionando uma oportunidade de aumentar as mini-grids baseadas em energias renováveis para os consumidores rurais, uma vasta gama de políticas e programas — tais como o Programa Nacional de Eletrificação Rural de Áreas Rurais e a Estratégia de Longo Prazo de 2025 — posicionaram Angola na possibilidade de alcançar uma taxa de eletrificação rural de 60% até 2025, estando o Ministério da Energia e Água do país atualmente a meio da implantação de 30.000 sistemas off-grids com uma capacidade total de 600 MW.

“A viabilidade do nosso objetivo dependerá do financiamento e da política em termos de quão longe queremos ir em matéria de processo de transição”, afirmou Nuno Gomes, Vice-Presidente da ASEAR. Declarou ainda: “Vamos precisar de mais energia renovável do que aquela que a indústria do petróleo e do gás nos pode fornecer. Esta é uma situação fáctica. Não é uma escolha. O que Angola está a fazer é construir um novo futuro para África. Teremos de o fazer porque já não se trata de uma transição: isto é uma realidade, e é viável.”

Entretanto, prestes a tornar-se líder no desenvolvimento do hidrogénio, com planos para a construção de uma fábrica de amoníaco verde no país, Angola tornar-se-á o primeiro fornecedor de hidrogénio verde para a Alemanha a partir de 2024. Antecipa-se que a fábrica, que está a ser construída no Porto de Barra do Dande, na província de Bengo em Angola, produzirá aproximadamente 280.000 toneladas de amoníaco verde para exportação.

“Existem planos que nos permitirão utilizar várias, diversas fontes de energia renovável, particularmente o hidrogénio verde”, declarou Paul Guedes, Diretor de Energias Renováveis da Sonangol, rematando:  “Em termos de objetivos, mais cedo ou mais tarde, vamos estabelecer toda a matriz baseada em energias renováveis através da concentração nos ativos mais fortes de Angola.”

Distribuído pelo Grupo APO para Energy Capital & Power.