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Afentra Procura Activos Maduros e Parcerias Locais em Angola
A Afentra, a Trafigura e a Africa Finance Corporation discutiram, durante o segundo dia da conferência Angola Oil & Gas 2024, estratégias para garantir financiamento que permita a empresas independentes adquirir e desenvolver campos maduros em Angola
Selecionamos projectos em Angola com base no seu compromisso em reduzir emissões e reinjectar o gás associado
A empresa independente de energia Afentra expressou interesse em fazer parcerias com empresas locais de petróleo e gás para adquirir activos maduros em Angola, durante um painel da conferência Angola Oil & Gas 2024, realizado no dia 3 de Outubro.
Patrocinado pela multinacional de commodities Trafigura, o painel – “Parcerias Estratégicas: Financiamento de Operações Upstream de Petróleo” – discutiu a evolução do sector upstream em Angola, no contexto dos esforços para revitalizar a produção de campos maduros. Moderado por Elmano Costa, advogado sénior no Morais Leitão Legal Circle, a sessão explorou o papel crescente de empresas independentes no desenvolvimento de projectos e na maximização da produção de petróleo.
No início deste ano, a Afentra concluiu a aquisição de 12% e 16% de participações não operacionais nos Blocos 3/05 e 3/05A offshore, respectivamente, da Azule Energy. A empresa trabalhou em estreita colaboração com a Trafigura para mobilizar 100 milhões de dólares para a aquisição, além de aproveitar linhas de crédito existentes e o fluxo de caixa do seu balanço patrimonial.
“Temos grandes oportunidades para adquirir activos maduros em Angola, reduzir as emissões desses activos e desenvolvê-los ainda mais,” indicou Paul McDade, CEO da Afentra. E acrescentou: “Prevemos que mais grandes empresas venham a alienar activos no futuro, com independentes a entrar para adquirir campos maduros. O nosso objectivo é continuar a trabalhar ao lado de empresas angolanas, combinando esforços para garantir activos adicionais. O desafio está em convencer os investidores a financiar esses projectos”.
“O futuro passa pelas grandes empresas venderem para independentes. Não faz sentido para a TotalEnergies ou Chevron manterem campos maduros com produção em declínio, então é um ciclo natural vendê-los a empresas independentes, e a Trafigura oferece-lhes protecção financeira,” acrescentou Matthieu Milandri, Chefe de Financiamento Upstream na Trafigura, que trabalhou de perto com a Afentra na aquisição.
Por seu turno, Taiwo Okwor, Vice-Presidente de Investimentos da Africa Finance Corporation (AFC), destacou o papel da sustentabilidade e da redução de emissões para garantir financiamento para projectos em Angola, bem como a importância de projectos integrados de petróleo e gás com componentes de infraestrutura fortes.
“Selecionamos projectos em Angola com base no seu compromisso em reduzir emissões e reinjectar o gás associado. Fornecemos capital, mas monitorizamos de perto as emissões e exploramos opções de financiamento sustentável,” afirmou Okwor, vincando que “infraestruturas ligadas tornam um projecto mais bancável e atractivo para os financiadores”.
A Trafigura está envolvida no financiamento de vários projectos de grande escala em Angola, incluindo a Refinaria de Cabinda, com capacidade para 60.000 barris por dia, cuja primeira fase deverá entrar em operação em 2025, e o Corredor Ferroviário do Lobito, que liga a Zâmbia e a República Democrática do Congo ao Porto do Lobito, permitindo a exportação de cobre, cobalto e outros minerais essenciais.
“A construção de projectos de infraestrutura de grande escala é uma tarefa longa e dispendiosa para um país. O nosso papel, juntamente com outros parceiros como bancos, é fornecer expertise e segurança para tornar esses projetos viáveis”, indicou Milandri.
“O objectivo desses projetos de infraestrutura é impulsionar o comércio regional e ligar Angola ao sul de África. No final, queremos fechar o défice de infraestrutura e reduzir a lacuna económica na região”, concluiu Okwor.
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